Presidente do Sinsepi anuncia que entidade está fora da negociação dos afastados

Joaques Silva
Maurício Maron

Por meio de uma gravação de áudio dirigida aos servidores do período de 83 a 88 atingidos pelo decreto de afastamento do prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município (Sinsepi), Joaques Silva, o "Joca", anunciou que a entidade está fora da negociação de reintegração.

No áudio, o dirigente sindical assegura que irá formalizar sua decisão ao prefeito de Ilhéus, à secretaria municipal de Gestão e Procuradoria Jurídica do Município. A crise entre o presidente do sindicato e os servidores atingidos vinha se arrastando há meses. Os servidores afastados vinham criticando a forma de atuação do Sinsepi na solução para o decreto.

"Como muitos de vocês disseram aí (SIC) que o Sinsepi não os representa, que este presidente não os representa, quero comunicar aos senhores que (...) o Sinsepi está fora destas negociações de reintegração e (vai comunicar) que ele (o prefeito) não acate mais os pedidos que venho solicitando a ele, em relação a reintegração dos senhores", afirmou no áudio.

Ainda na mensagem enviada aos servidores afastados, Joaques Silva afirma que também não irá assinar nenhum acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Bahia e informa que irá comunicar aos advogados que defendem os interesses destes trabalhadores, que o Sinsepi não irá mediar nem integrar mais o processo. "Vamos pedir para que desconsiderem o pedido que o Sinsepi fez à reintegração e aí vocês aguardem o julgamento de (Dias) Toffoli (presidente o STF), em Brasília", sentenciou.

O Jornal Bahia Online tentou contato com o dirigente sindical para saber se seus atos já foram oficializados junto à Prefeitura e aos advogados. Mas não obteve sucesso.

Um advogado com experiência no segmento sindical, ouvido pelo JBO, afirmou que abandonar uma representação sindical só pode ocorrer com autorização de uma Assembleia Geral da categoria. "Houve um assembleia da categoria para ele tomar essa decisão? Se não houve, ele passa a estar sujeito até a um impeachment", assegura o advogado.